quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A aprendizagem através dos tempos

    No início a aprendizagem se dava por meio de repetição até se guardar na memória. Com isso, surgem técnicas, como a mnemônica, na Grécia antiga, que consistia em associar lugares ou imagens mentais ao que se quer lembrar. Essa técnica é usada até hoje.
   Em contrapartida, na Academia de Platão, era usado o método socrático, onde não se aprendia por mera repetição, mas sim por persuasão em cima do que se aprende. Esse método de aprendizagem não fica difundido porque permitia a entrada de poucos.
   Para se formar um artesão, era preciso que o mestre passasse tudo o que sabia para o aprendiz. Com o tempo era preciso criar novas soluções para aprimorar a técnica.
   Com a Idade Média, ocorre um retrocesso na aprendizagem, porque a Igreja passa a limitar o número de obras de acordo com o que ela achava que deveria ser lido. Nessa época torna - se obrigatório o uso de técnicas de memorização como a minemônica.
   Com a invenção da imprensa, no período do Renascimento, fica mais fácil ter acesso ao conhecimento, o que extingue o uso excessivo da memória na humanidade.
   A partir do momento que foi crescendo  o número de alfabetizados houve uma maior aprendizagem no sentido de se distinguir entre  o que se lê nos textos, o que se escreve e o que se entende disso. Essa diferenciação possibilitou a ciência moderna.
   Aquelas culturas que não se submeteram a imprensa por motivo religioso, ficaram presas a memorização até hoje, como é o caso da cultura islâmica, onde as crianças são obrigadas a memorizar o Corão, o livro sagrado.
  Com a descentração do conhecimento, o saber passa a ser fragmentado e relativo, o que provoca um distanciamento entre o que deveriamos aprender, e o que realmente aprendemos. Essa descentração começa com Copérnico, que prova que a Terra não é mais centro do universo e sim o Sol. Continuando vem Darwin, que nos transforma em uma espécie a mais na árvore genealógica com a teoria de que os homens descendem de macacos, minando o antropocentrismo. A descentração se completa com Einstein, com a sua famosa teoria da relatividade, que nos coloca em meio a coisas novas, como buracos negros.

Fonte: POZO, J. I. (Juan Ignacio). aprendizes e mestres : a nova cultura de aprendizagem.Porto Alegr e: Artes Médicas, c2002. 296 p., il. ISBN (Broch.).

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